Franca completa hoje seu centésimo nonagésimo sétimo aniversário. Fundada em 1824, a história da cidade começa a se formar bem antes dessa data. Em 1805 foi criada a Freguesia de Nossa Senhora de Franca, área que abrangia a atual Franca, indo de Batatais até Ituverava e Guaíra. Região que, apesar de localizada em São Paulo, tinha forte presença de mineiros e goianos em sua população.
Em 1821, a presença grande de mineiros fez até com que o estado de Minas tentasse incluir Franca em suas terras. Mas os francanos tiveram fortes resistência à ideia e Franca permaneceu como uma cidade paulista, eternizando esse orgulho em seu brasão com o trecho “Genti meae paulista e fidelis” (Fiel à minha grei paulista). Pouco depois, em 1824, a então ‘Vila Franca Del Rey’ passa a se chamar Vila Franca do Imperador, uma homenagem a D. Pedro I pela independência do Brasil.
Apesar da fundação em 1824, Franca só foi elevada à categoria de município 32 anos depois. Quando em 1856, pela lei provincial nº 21, de 24 abril, as terras foram oficialmente reconhecidas como uma cidade.
Franca, a capital do café
A cidade é famosa por sua produção cafeeira de qualidade há mais de 100 anos. Muito disso se dá pela composição de seu solo, popularmente conhecida como “terra roxa”, favorecendo assim o cultivo de café na região. Esse relato está, inclusive, registrado no site oficial do município:
“A grande produtividade desses grãos, aliada às modernas técnicas de manipulação, confirmam a tradição da cidade e região, consideradas há mais de um século como um dos mais importantes centros produtores do país. Os cafés especiais da Alta Mogiana, também validados pelo Selo de Indicação de Procedência, são produtos do agronegócio que se relacionam com o município, sede desta importante e tradicional região cafeeira”.
A capital do calçado
Os anos 70 trouxeram para Franca aquilo que seria a marca registrada da cidade durante muitos anos. Isso porque a década no município foi de fortes investimentos no setor calçadista, trazendo tecnologia de maquinário e aumentando significativamente a produção. Naquele momento, Franca passa a ser uma grande exportadora de calçados. Um grande marco da época foi o lote de 17 mil pares enviados aos Estados Unidos pela Samello, consolidando assim, Franca como uma potência no mercado calçadista nacional e internacional.
A capital do Basquete
O basquete não é nem de longe o esporte mais tradicional em nosso país, porém quando o assunto é Franca, a popularidade do esporte nos faz questionar se estamos mesmo no Brasil. Tudo começou com o professor de Educação física, Pedro Fuentes, o Pedroca. Pedroca montou, em 1959, uma equipe no IEETC (Instituto Estadual de Educação Torquato Caleiro), posteriormente chamado de Escola Estadual Torquato Caleiro, para disputar os torneios oficiais do estado. Esse é o início do Franca Basquete, time que influenciou diretamente no gosto da população. O DNA vitorioso fez com que as ruas de Franca fossem dominadas por um assunto: o basquete. O Franca basquete é o maior campeão nacional, com 11 títulos. Outro patrimônio histórico de Franca é o ginásio poliesportivo Pedro Fuentes, o Pedrocão.
Foi uma pena que Franca não passou a ser mineira. Teria sido muito interessante pra cidade. Estaríamos entre as 5 maiores do Estado de MG. Seríamos a maior cidade do Sul de Minas. Com certeza, teríamos Policia Federal na cidade, um aeroporto com vôos comerciais e todos os órgãos estaduais mineiros e não teríamos nenhuma cidade maior entre a capital e nós. Sendo de SP, infelizmente, muitas coisas chegam até a Ribeirão Preto e param. Franca fica esquecida. Mesmo com essa parede entre nós, Franca cresce, desenvolve e progride às custas da força de seu povo. Se a Anhanguera passasse por aqui, ninguém nos segurava. Viva Franca!