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Africanos dominam a lista de campeões, mas ainda buscam espaço no UFC

A vitória do camaronês Francis Ngannou sobre Stipe Miocic, em 27 de março, rendeu ao continente africano o terceiro cinturão do UFC. Mas o atual domínio não tem se traduzido em mais espaço para lutadores da região. Em um universo de mais de 500 lutadores sob contrato e aptos a atuarem pela organização, menos de 20 são oriundos da África. A disparidade fica mais impressionante se pensar que o Brasil sozinho tem mais atletas na organização do que todo o continente africano. Os números não são precisos pela contratação constante de lutadores antes de cada evento, mas o último levantamento apontava 84 representantes brasileiros na organização -a África inteira tinha 15. A Nigéria, país africano com mais representantes, tinha quatro, incluindo os atuais campeões Israel Adesanya (médios) e Kamaru Usman (meio-médios).

O pedido por mais espaço acompanhou Francis Ngannou nas entrevistas que sucederam a conquista do cinturão dos pesados. Em entrevista à “Dazn”, o camaronês afirmou que a ida do UFC para o continente africano impactaria muito no desenvolvimento do MMA na região.
“Significaria muito para as próximas gerações ver o UFC na África. Não apenas para os camaroneses, mas para todos os africanos. Ter o UFC na África significaria colocá-los no mapa e ter uma consideração por eles, dando esperança e uma chance.”

Desde sua criação em 1993, o UFC já levou seus eventos para 26 países, mas nenhum deles na África. No ano passado, Dana White compartilhou um vídeo postado por Ngannou com uma criança treinando boxe. “Tenho que criar um UFC PI (Instituto de Performance) na África”, escreveu. Até o momento, nenhuma ação concreta foi anunciada pela organização envolvendo o continente.

Em nota enviada à “Dazn”, Dana White afirmou que adoraria levar uma luta para a África. Ele, no entanto, apontou a pandemia como um empecilho para que isso aconteça agora. “Quando tudo estiver aberto novamente e todo mundo viajando novamente, adoraria ir à África. E adoraria fazer um ‘Lookin’ For a Fight’ [reality show em que Dana White busca novos talentos] lá”.

Nenhum dos três africanos campeões têm nova luta marcada pelo UFC. Enquanto isso, eles seguem se apoiando e buscando mais espaço dentro da organização. “A África é a base de talentos do MMA no momento. Eles não têm as mesmas oportunidades das outras pessoas, mas têm um talento frutífero”, prosseguiu Ngannou.

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