A humanidade e o jardim

Havia um homem, o primeiro homem, que cresceu num lindo lugar. Seu nome era Adão, ele morava num lindo jardim e todos os dias ele esperava seu pai chegar para que pudessem conversar a respeito da vida. Essa caminhada tão esperada ocorria sempre no entardecer e em meio ao belo jardim, plantado pelo Pai, mas cuidado pelo próprio Adão. Apesar de ser fim do dia, Adão não sentia medo, pois sabia que seu Pai estava cuidando e preparando tudo para a manhã seguinte. Não se sabe do que conversavam, mas decerto falavam sobre o dia, sobre o jardim e até mesmo traçavam planos para o futuro. Num certo momento dessa relação, Adão se deu conta de que o jardim era grande, belo, mas solitário, precisava ser compartilhado! Para alegrar Adão, o Pai trouxe Eva para morar no jardim. E ambos viveram felizes para sempre. Só que não.

Essa conhecida estória poderia terminar aí, ou melhor continuar sempre assim. Mas sabemos o desfecho e as implicações que essa conturbada narrativa teve e como ela nos afeta até os dias atuais. Trazemos ainda hoje em nossa alma a cicatriz que marcou Adão e Eva e os afastou do Jardim. Desejamos todos os dias, inconscientemente, voltar a andar num jardim que nunca conhecemos. Talvez, diferentemente de mim, você seja uma pessoa mais urbana, avessa à Natureza e está nesse exato momento meneando a cabeça para discordar… “detesto mato”, você diz no seu íntimo. Mas a saudade de andar no jardim ao lado do Deus Pai não se revela de forma física ou como predileção pela Natureza. Essa tal saudade se revela na tristeza, no vazio emocional que te rasga incompreensivelmente nos momentos mais inesperados.

É uma tristeza que aparece sempre sem explicação: no momento mais alegre do dia, quando você acha que tudo está perfeito; na tristeza que se sente quando a festa acaba e todos se vão… mas também pode aparecer depois de um momento explosivo de puro prazer. Essa triste tristeza é algo muito mais profundo do que qualquer coisa que se possa imaginar, não é só um mero vazio que todo ser humano tem e insiste em aflorar abruptamente de tempos em tempos, é saudade de conectar-se com o Deus Pai, é saudade de caminhar com Ele naquela hora mais bonita do dia, mas também nos momentos em que o sol vai embora.

Infelizmente, o jardim não existe mais, é impossível voltar a morar lá para saciar esse tal vazio repentino. O jardim se foi há muito tempo, e quando Adão e Eva saíram do jardim, perderam a comunhão com o Pai. E por isso até hoje a Humanidade se sente solitária. Mas há uma solução para esse sofrer. O Pai não caminha mais entre os Homens no entardecer, mas Ele te ama tanto e sente tanta falta de você que enviou a Cristo para estar ao seu lado todos os dias de sua vida e em todos os momentos, de manhã, de tarde e a noite, faça chuva ou faça sol.

Então, quando uma saudade indefinida te assombrar, ou quando ficar triste e solitário sem qualquer explicação razoável para isso, não perca tempo, peça a companhia de Jesus, ore para que ele venha estar ao seu lado. Não há mais hora certa para caminhar com Deus, o amor de Cristo, te permite caminhar com o Pai a qualquer hora! Hoje podemos não enxergar a presença física de Cristo ao nosso lado quando oramos, mas Ele prometeu, estará conosco até o fim dos tempos (Mateus 28.20). Quando Ele caminha ao nosso lado, recebemos uma nova vida que nos leva ao Céu. Não faça mais nada sem Cristo ao seu lado.