Religião

Amor que transforma

“O que é o amor” – Essa é uma das chamadas “perguntas universais da humanidade”. Ela é feita por meninos e meninas, mães e pais, maridos e esposas, amigos… em todas as culturas, e em todos os períodos da história. Volumes e mais volumes de livros foram escritos sobre essa coisa chamada “’amor”. Procure no Google “o que é amor” e você obterá centenas de sites. A Bíblia Sagrada está repleta de textos conhecidos sobre o tema, mas o quarto capítulo da primeira carta de João é uma das exposições mais interessantes do Novo Testamento sobre o amor. E ao olhar para o versículo sete, vemos:

Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus e quem ama foi nascido de Deus e conhece a Deus. Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor. Nisto o amor de Deus foi manifestado entre nós, que Deus enviou seu único Filho ao mundo, para que pudéssemos viver por meio dele.

“Amados, amemo-nos uns aos outros.” É a chamada inevitável de Deus para todos. Você pode não ter sido chamado para ser um pastor, um pregador itinerante ou um professor. Você pode não ter sido chamado para ser missionário num país distante. Você pode não ter sido chamado para ensinar em uma Escola Dominical ou em um Seminário Teológico, mas você foi chamado para amar, assim como Cristo amou a Humanidade, se entregando para morrer por mim e por você. Quem quer que você seja, onde quer que esteja, em tudo o que você está fazendo, você foi chamado para amar. É uma chamada inevitável. Se você afirma ser filho de Deus, você tem sido chamado para amar.

Tudo que afirmei até aqui, apesar de claro e evidente, me faz estremecer porque esta chamada, da qual ninguém pode escapar, é uma das chamadas mais difíceis que um ser humano poderia atender. Eu gostaria de poder olhar para minha vida e dizer: “Em todos os meus relacionamentos e todas as minhas situações e tudo que eu disse e tudo que fiz, tudo que pensei e tudo que desejei, busquei viver esta vida de amor”. Mas não posso. Nem eu ou qualquer outro ser humano.

Devemos entender que amar como João pede vai além do mero respeito, é algo mais profundo do que ser educado, ou do que um ato ocasional de serviço. É algo tão profundo e fundamental que realmente requer uma mudança radical de coração e de vida. Essa nova vida não acontece num passe de mágica, só conseguimos viver uma vida de amor quando permitimos que Deus nos ame antes. E por que parece assim tão difícil assim ser amado? É preciso nascer de Deus para viver o amor. Não é algo que posso simplesmente ler em um livro e estudar, é preciso aceitar o amor, precisamos permitir que o amor entre em nossa vida – e que as pessoas façam parte de nossa vida! Que conheçam nossas manias, nossos medos. É preciso que Jesus venha e habite em nosso coração, nos cantos mais íntimos, sem qualquer ressalva.

Jesus Cristo veio à Terra e enfrentou todas as provações e tentações da vida. Ele fez isso como nosso substituto e foi perfeito em suas respostas em palavras, pensamentos, escolhas e ações. Jesus Cristo veio para que você tenha vida, agora, vivendo dentro de você, para que você possa viver como foi chamado para viver. Para viver tudo que precisamos e podemos viver é necessário abrir mão de nosso egoísmo. O egoísmo é uma barreira para quem quer viver o amor de forma plena. Estamos tão focados em nossos desejos e prazeres que nos esquecemos de amar o outro ou permitir que o amor de Deus preencha nossa vida.

Amar é uma escolha, um processo, e tem um alto preço, exige sacrifício e renúncia. Mas quem permite que o amor de Deus preencha a própria vida, transborda de amor ao próximo, naturalmente. E quando isso acontece, você esquece de todo o sacrifício, pois nenhum esforço pessoal se compara àquilo que Jesus fez por você. Talvez nesse momento você deseje apenas ficar sozinho, descansar numa sala silenciosa onde ninguém o perturbaria. Mas sua vida tem um propósito, você precisa pregar o Evangelho para si mesmo, e para os outros com suas atitudes.

Ame. Não seria maravilhoso se o que se diz dos discípulos de Jesus Cristo fosse dito sobre nós, não apenas no domingo, mas na segunda à noite e na terça de manhã, quarta à noite, sábado à tarde? Nisto todas as pessoas saberão que vocês são meus discípulos, se vocês se amarem uns aos outros”. (João 13.35). Se isso já foi dito de você, é porque o Deus do amor transformador visitou você e fez do seu coração o lugar onde Ele mora.

André Moreira

É casado com a Ana, pai da Mariana e membro da Igreja da Cidade em Pindamonhangaba. É teólogo, filósofo, historiador e especialista em Administração e Teologia Pastoral. Autor do livro "Religiões Comparadas", publicado pelo Ibad. Leciona disciplinas como Hermenêutica, História da Teologia e Ecumenismo na Fabad. Instagram: @leal_e_moreira.

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