Religião

O Cego de Jericó

Um Itinerário de Fé

Estamos em Jericó, o portão da Judéia ao leste. Ao ouvir que Jesus estava passando, ele começou a gritar: “Filho de Davi, Jesus, tem misericórdia de mim!”. Nesse grito há uma grande espontaneidade ao que se refere à fé judaica na expectativa da vinda do Messias, existe uma garantia de conseguir a cura, a salvação, vemos uma força em gritar e a certeza de ser ouvido, existe também uma convicção pessoal daquilo que ele pode alcançar invocando este rabino, que é Jesus de Nazaré. Esta é a experiência de Oração que podemos fazer em nossos momentos de meditação: “Filho de Davi, Jesus, tem misericórdia de mim!”.

Depois de curado da cegueira, Bartimeu “imediatamente ele se põe a seguir Jesus pelo caminho”. A salvação é vivida por aquele que crê não tanto como condição para se instalar, mas como um caminho perseverante atrás de Jesus.

“Assim também o cristão deverá percorrer não tanto um caminho feito somente de gestos sacramentais, mas um itinerário de fé, pois a carência de uma fé consciente e robusta favorece a dissolução da religiosidade, até a ruptura total com a prática religiosa”(Missal Dominical).

“Entre os que retornam do exílio da Babilônia, dirá Jeremias, estão os cegos e aleijados, mulheres grávidas e parturientes”(cf. Jr 31,8). O cego era visto pelo povo, naquele tempo,  como um castigado por Deus, pois a cegueira era um castigo por causa do pecado e não podia trabalhar e viver plenamente uma vida em sociedade. Este cego vive às margens da vida, era mendigo e moribundo que tinha apenas um manto para se proteger. Jesus é o Sumo Sacerdote misericordioso que sabe ter compaixão dos que estão cercado de fraqueza e diante do grito do cego: “Filho de Davi, tem piedade de mim!”(Mc 10,47), Jesus devolve a ele a vista, arrancando-o das trevas em que vivia e movido de compaixão faz com que se reacenda no coração deste homem e a esperança e a razão de viver.

Fonte: Cerco il tuo volto: Enzo Bianchi, Comunidade de Bose.

Pe Mário Reis Trombetta

É vigário da Paróquia Cristo Rei, em Orlândia. Já atuou nas Paróquias Santana, São Crispim e Santa Rita de Cássia, em Franca. Fez Filosofia na Capelinha, com os Agostinianos e, em 1992, seguiu para Florença, Itália, e posteriormente, Madri, na Espanha, para concluir seus estudos. Retornou a Franca em 96 e foi ordenado padre em 98. Completa este ano 23 anos de sacerdócio.

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