Religião

O meu Reino não é deste mundo

Com este Domingo estamos concluindo o Ano Litúrgico. O Tempo Litúrgico é totalmente diferente daquele Civil que já conhecemos.  Do Natal até à Páscoa e por fim chegando até Pentecostes, somos chamados a estar ao lado de Jesus que nasce, que cresce, que ensina e que cura, percorre os caminhos e as praças da Terra de Israel, que sofre e que morre sobre a Cruz, mas que ressuscita, que sobe ao Céu e que envia o Espírito Santo sobre a Igreja, enviando os Discípulos para que anunciem a Boa Nova do Reino até os confins da terra. Somos, portanto, tirados da normalidade de nossos hábitos e das nossas preocupações para sermos inseridos em outro ritmo temporal: O ritmo de Jesus. Ritmo este onde percebemos um Deus que nos ama, e por isso se faz presente agindo em nossa vida, nos conduz pelos caminhos da história.

Neste último Domingo do Ano Litúrgico celebramos a Festa de Jesus Cristo Rei do Universo. É a Festa do sua realeza no mundo, sobre a criação, sobre a humanidade e sobre a história. Mas vemos aqui um paradoxo, pois contemplamos Jesus como Rei do Universo, mas ao mesmo tempo, o Evangelho nos apresenta um Rei no Trono da Cruz, humilhado, ridicularizado, aparentemente, um fracassado. Este forte contraste nos leva a perguntar: Que realeza é esta? E que Reino é este sobre o qual Cristo governa? 

Jesus mesmo dirá que veio a este mundo para «dar testemunho da Verdade». E acrescenta: «Quem é da Verdade escuta a minha voz!». A Verdade é uma história de amor pela humanidade. Deus, como escreve João no seu Evangelho: «Amou tanto o mundo a ponto de entregar seu Filho Único para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a Vida Eterna. Deus, de fato, não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele» ( Gv 3,16-17). Jesus é o rosto concreto do Amor de Deus, o rosto concreto da Verdade, é a maior prova da compaixão de Deus pela humanidade. O seu poder é a força do amor, é a força da misericórdia, da compaixão e da humildade. É assim que Deus governa o coração e a história de cada um de nós.

O amor pode parecer até algo impotente frente aos olhos de muitos, mas é forte aos olhos de Deus. Nada nesse mundo poderá extinguir o amor, porque o amor é Deus e vem de Deus. Neste domingo terminamos o Ano Litúrgico, e assim, a Igreja nos leva a contemplar a conclusão da História: Jesus triunfa sobre o mal e instaura o Reino do Amor.

Fonte: Portal Cerco Il Tuo Volto, Padre Jesús GARCÍA Manuel.

Pe Mário Reis Trombetta

É vigário da Paróquia Cristo Rei, em Orlândia. Já atuou nas Paróquias Santana, São Crispim e Santa Rita de Cássia, em Franca. Fez Filosofia na Capelinha, com os Agostinianos e, em 1992, seguiu para Florença, Itália, e posteriormente, Madri, na Espanha, para concluir seus estudos. Retornou a Franca em 96 e foi ordenado padre em 98. Completa este ano 23 anos de sacerdócio.

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