São Francisco de Assis, Patrono da Ecologia
Em Carta Apostólica de 29.11.1999, o Papa João Paulo II proclamou, São Francisco de Assis “celeste padroeiro dos cultores da Ecologia”. É o padroeiro de todos os que estudam e trabalham no campo da ecologia, amado também por muitos que não são cristãos” (Laudato Si’ n.10, Papa Francisco).
Entre os santos e preclaros varões que respeitaram a natureza como maravilhoso presente que Deus fez ao gênero humano, desta-se merecidamente São Francisco de Assis. Pois com sensibilidade singular ele apreciava todas as obras do Criador e, como que divinamente inspirado, criou este admirável “Cântico das Criaturas”, entre as quais, o irmão sol sobretudo, e a irmã lua como as estrelas do céu lhe davam ensejo de render devidamente louvor, glória, honra e toda a benção ao altíssimo, onipotente e bom Senhor. Constituía fraternidade com os mais discriminados como os hansenianos (leprosos). Hoje, São Francisco se tornou o irmão universal que se situa para além das confissões e das culturas.
A humanidade pode se orgulhar de ter produzido um filho com tal amor, com tanta ternura e com tão grande cuidado para com todos os seres. São Francisco morreu em 1225 ou 1226. Dois anos antes de morrer, já doente e cego, ele escreveu o Cântico do Irmão Sol, no qual o santo louva todos os elementos da natureza.
Diante da grave crise ambiental amplamente anunciada e denunciada nas últimas décadas, os princípios de Francisco de Assis emergem como desafios atuais, passados mais de 800 anos. A práxis de Francisco continua inspirando novas abordagens teóricas e muitas experiências de vida pautadas no consumo consciente, na justiça social e no respeito ao meio ambiente com todas as suas criaturas.
Numa época marcada pelas guerras imperiais do Sec. XII, Francisco de Assis inclui na Ecologia Integral o apelo à cultura da paz. Convida a sociedade a transformar-se em “instrumentos de paz” que transcendem as barreiras das religiões e as fronteiras geopolíticas. Na atualidade, num contexto marcado por diversas guerras, inclusive aquelas não declaradas institucionalmente e que matam milhares de pessoas nas periferias das grandes cidades todos os dias, o apelo de Francisco continua vivo e atual. Para São Francisco as guerras eram resultado do egoísmo humano e das injustiças sociais. Para lutar contra a guerra, Francisco soube unir a justiça para com os pobres, o amor pela natureza, a paz interior e o empenho pela construção de uma sociedade mais justa.
Hoje também, a nossa responsabilidade é grande, pois, da nossa preocupação para com a pessoa humana, para com a natureza e para com mundo “nossa Casa Comum”, depende o futuro das próximas gerações.
Fonte: Artigos e Reflexões Franciscanos; Francisco de Assis e a ecologia integral, Márcia Oliveira