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Mês do Autismo

O mês abril, marcado pela cor azul, foi escolhido pela Organização das Nações Unidas (ONU) para a conscientização do Autismo. Várias ações têm sido conduzidas para que as pessoas respeitem, ajudem, incluam e entendam mais sobre o transtorno e as características das pessoas que fazem parte desta condição. Existem hoje, no mundo, de acordo com estatísticas da própria ONU, 70 milhões de autistas. Estima-se (dados não-oficiais) que em Franca existam hoje mais de 300 portadores do transtorno do espectro autista. É importante salientar que o diagnóstico de autismo não é uma condenação e sim uma condição que pode ser trabalhada, orientada para que seus portadores possam viver de forma funcional e inclusiva.

APAAF

Em Franca, a Associação de Pais e Amigos do Autista de Franca (APAAF), entidade idealizada por pais de autistas e fundada em 2017 busca integrá-los à sociedade, bem como as famílias, por meio de atividades ligadas a educação, trabalho, saúde, lazer. Atualmente, a grande especifidade da APAAF é oferecer treinamento e capacitação técnica, de acordo com a psicóloga da entidade, Mariana Cervi, especialista em TEA e que atua também na Unimed. “Uma das metas da associação é oferecer terapia às pessoas com autismo, o que ainda não é possível, pela limitação de recursos, então, como forma de fazer frente a isso, focamos num trabalho multiplicador, como a capacitação de pais, de escolas, creches, dando suporte à comunidade”, explicou ela.

Língua Estrangeira

Ludmila Moscardine Pires Heleno, experiente no ensino de idiomas a crianças com necessidades especiais

Ludmila Moscardine Pires Heleno, formada em Letras e Pedagogia é professora de inglês na Cultura Inglesa e no Pestalozzi desde 2013 e tem grande prática no ensino de língua estrangeira a crianças com necessidades especiais e especialmente o autismo. “O meu objetivo é sempre proporcionar possibilidades e alegria no estudo do idioma, então busco alternativas para que isto aconteça. Primeiramente é importante identificar em que contexto o aluno produz um determinado comportamento e quais consequências aparecem desta situação. Desta forma é que eu trabalho com meus alunos e vou descobrindo quais tipos de atividades e estímulos funcionam e trazem resultados positivos”, explica Ludmila.

Inclusão

De acordo com a professora, dentro do Transtorno do Espectro Autista, a rotina e a parceria com as famílias trazem respostas positivas. O primeiro traz um ambiente favorável e agradável com segurança, o segundo é o maior trunfo que um professor pode ter, pois as pessoas que convivem com o autista sabem o que é funcional e o que não é. “O aprendizado do inglês por crianças autistas acontece da mesma forma que qualquer outra pessoa, visto que de acordo com o espectro em que ela é diagnosticada, algumas habilidades ficam comprometidas, mas outras não. Quanto mais estímulo é oferecido, mais possibilidades podem ser descobertas. É importante conhecer e reconhecer as habilidades, assim como respeitar as limitações e os pontos desafiadores de cada um. O impacto do aprendizado de uma língua estrangeira na vida de uma estudante autista é incrível e de grande importância na sua formação como ser humano. Aprender um idioma abre portas, possibilidades e traz uma vivência cultural libertadora”, finalizou.

Vanessa Maranha

É Psicóloga, Jornalista, Escritora Premiada, colunista da FF.

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