“Velha, eu? Sou Bilu da Terceira idade”
Inhaim?
Estava eu fazendo uma faxina na casa da Dona Ermenegilda Campo Florido quando ela me chamou para tomar café com ela. Rico é assim: quando não tem o que fazer, chama pobre para conversar.
Ela me explicou o que tinha na mesa. Eu entendi “broche”, “Crix”, “Sucrio”, “leite de caixinha” (não era de uma vaca), geleia de fruta vermeia”. A excomungada perguntou minha idade. Falei: 40. A nojenta achou que eu tinha 55. Me fodeu. Meu dia acabou. Eu que durmo com a cara “breiada” de Nivea e quando tô no cadeco uso Creme de Alface Rugol! Limpo minha cara com Leite de Rosas. O algodão sai preto. Duas vezes por semana, eu tiro os “cascão” da cara com borra (eu disse BOR-RA) de café misturada com óleo de cozinha. A pele fica igual bunda de nenê.
A mulher me criticou, tirou sarro. Que isso não usa mais. Disse que eu tinha pé de galinha em volta do “zóio”. Alias, lembrei que hoje eu não tinha tirado o ovo da Rosilda… não falha um dia de botar a minha galinha preferida.
Pois não é que a patroa me deu uma consulta no dermatologista? Me deu 15 anos a mais, e depois uma consulta… Tá, me engana que eu gosto! Falar nisso aquela Ligia Kogos que eu lia na revista Capricho. Cadê ela? Aquela mulher era uma múmia, não envelhece nem a porrete. Pele lisinha. Acho que aquela mulher não tem ruga nem no fiofó…
Semana que vem eu conto minhas perambulações pelo dermatologista.