Inspirados

Eu também quero!

Sentado no degrau da base da porta de aço,

Fechada pelo adiantado da hora de sábado, à tardinha,

Um jovem fiapo humano, cara de infeliz e de pedaço,

Na calçada da loja esperava o semelhante que vinha.

Pedia educadamente ou por estar mesmo fraco

Uma moedinha de cinquenta centavos ao menos.

Sua roupa de verão em limiar de inverno, que saco!,

À rejeição dos passantes atirado, de alguns ganhava acenos.

Como saía da movimentada padaria da esquina,

De troco pusera alguns trocados no bolso da camisa.

Entre dar a esmola e negar a índole de ave de rapina

Ficou com esta atitude: a gratidão é demais, é poetisa!

A mão do caído ainda assim não encheu.

Outras tantas vezes teria que continuar estendida.

Sentiu-se pequeno, pelo pouco que tinha e deu.

O desprendimento anônimo o manteria de pé na vida.

Dr. Theo Maia

Advogado Previdenciarista (OAB-SP 16.220); sócio-administrador da Théo Maia Advogados Associados; jornalista; influenciador social; diretor do Portal Notícias de Franca; bacharel em Teologia da Bíblia; servo do Senhor.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Artigos relacionados

Verifique também
Fechar
Botão Voltar ao topo