Inspirados

Origem-Destino

Raiava ainda o sol
Com tonalidade de girassol.
Fomos ao penumbroso quarto
Que de gerações estava farto.

Preocupados com a idosa amiga
Quase centenária, antiga,
Nem notamos o carrinho ao lado
Com o bebê em sono folgado.

A degeneração de memória
A apagar tanta história!
A sequência da descendência
Na lenta e paralela coexistência.

O esquecimento do recente
A ela traz passado reticente,
Que falado, vira repetido,
A deixar o amoroso comovido.

Ali, no mesmo familiar espaço,
A luz acesa é a do regaço,
Cultivado pela avoenga segurança
Da felicidade de ser criança.

Dr. Theo Maia

Advogado Previdenciarista (OAB-SP 16.220); sócio-administrador da Théo Maia Advogados Associados; jornalista; influenciador social; diretor do Portal Notícias de Franca; bacharel em Teologia da Bíblia; servo do Senhor.

4 Comentários

    1. É, estimada amiga. Cada verso desses carrega um muito de verdade do inverno daquela idosa valetudinária que, privada de lucidez, tinha o espírito aquecido pelo angelical bebê que a ladeava em arrebatadora paz.

  1. Lindo e tocante poema! Me faz lembrar da minha avó, dona Maria dos Remédios Robles Gabriotti. Linda…. Obrigada Dr. Théo, por nos trazer lindas e aconchegantes memórias, porque, mesmo se parecem tristes, são lindas quando se referem a quem amamos, até os lapsos de memória, são motivos de risos, alegrias e saudades….

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