Sinais
O que é, hoje, portentoso e seguro,
Por terra ruirá, do bunker ao muro.
Jericó viu essa façanha, ao vivo.
O soar das trombetas foi explosivo!
Olha Ele de novo na sinagoga,
Que era templo e pluriespaço em voga!
No Pátio das Mulheres havia caixas
Pra arrecadação de ofertas, por faixas.
Está certo que lembravam trombetas,
Ensinam teólogos e exegetas!
Ricos e pobres se encontravam ali
Se não quisessem perecer aqui.
O ato de ofertar, muito repetido,
Ainda que duas moedas, recebido,
Das sobras do rico, da pobreza da viúva,
O fruto carnudo era de leitosa taiúva.
A sabedoria convertida em vaidade,
Espelhada estava na formal religiosidade.
Salomão despejou ouro nos revestimentos.
Ser redimido devia estar nos pensamentos.
O mesmo suntuoso santuário,
Ímpar em exuberância, seria honorário,
Ao mandante da matança de inocentes,
Herodes, rival dos judeus, dos crentes.
Eis que vem o desmancha-prazeres!
Cristo, em pessoa, profere dizeres.
Aos seus discípulos relembra e alerta:
– Sofrerão perseguições; o final se aperta!
Pela boca e investigação do santo médico,
Lucas, completa-se o sermão profético,
Do Monte das Oliveiras, não dito por Mateus,
Sobre os problemas da Igreja, dos fariseus…
Onde fores encontrado, por amor de Seu Nome,
Conduzido serás à prisão e à fome.
Reis e governadores imporão a Lei
Sobre ti e aos que são minha grei.
Teus amigos, pais, irmãos, e parentes,
Entregar-te-ão aos religiosos inclementes.
Em conspiração de sangue e de poder civil,
O Pentateuco tratarão como algo vil.
Os que amam o que digo a ti,
Testemunharão a Ele em si!
Nas suas bocas, respostas sábias,
Calarão opositores e suas lábias.
Tempos virão que serão aflição.
Medo e morte rondarão o irmão.
Abrindo está inusitada oportunidade
De falar do Senhor à humanidade!
O ódio, ainda, abundará, de graça.
Serão como amotinadores, uma traça.
Com paciência, dize aos fiéis,
Conserve a sua e terão lauréis!