Tempero
A metrópole em seu universo
Ignora os que o fazem.
As coisas têm valor, ao inverso
Das individualidades que comprazem.
Todos estão correndo
Ou se comportam assim.
Um mais um, não compreendo,
Dois não são, é o fim!
No lotado restaurante
Filas são para tudo.
Já na entrada, estressante,
O vozerio tange o mudo.
As conversas são furadas,
De rompantes negociais a amorosos.
Grupos de funcionários, em manadas,
Exibem o que não são, jocosos.
As moças bem maquiadas,
O liberal e o executivo
Abrem falsas risadas.
Amordaçam o intuitivo.
Não dá para não perceber
O vazio da aparência.
Desfigurada, a multidão, a padecer
Encena a sua inconsistência.
Sobrou a senhora sozinha.
As mesas todas ocupadas.
Bandeja nas mãos, o que tinha?
Potes de sobremesas variadas.
À minha frente havia
Uma cadeira liberada.
Fosse no interior, continuaria,
Por causa de língua afiada.
Compreendi, de imediato,
O protocolo do cavalheirismo.
Na importância do anonimato
A quebrantar o individualismo.
Sentando-se ela, portanto,
Com os seus doces ficou.
Apenas a criança, conquanto
Sorriso dela arrancou!
Gente grande é apressada
A dar vida à indiferença.
Os pequenos, de lavada,
São os maiores de presença.
Linda poesia!
Obrigado, Eliana Campos. O título da poesia é fitness, bem à moda do com que você lida como brilhante nutricionista, Li.
Rsrsrs!