Opiniões

Mindfulness e a melhoria da qualidade de vida

No agitado mundo moderno em que vivemos as tecnologias e estímulos infindáveis requisitam nossa atenção a todo o momento e o excesso de informações que bombardeia nossas vidas traz uma carga de estresse que, ano após ano, vem minando a qualidade de vida das pessoas.

Nessa realidade onde todos estão sempre lutando contra o tempo, a prática de mindfulness (ou atenção plena), parece ser um santo remédio para acalmar a mente e as emoções. A meditação de atenção plena, que já é praticada por diversas religiões e filosofias há séculos no oriente, foi trazida para a ciência moderna por Kabat-Zinn. Ela foi estudada por décadas nas mais variadas especialidades da psicologia e da neurociência, tendo comprovadamente seus benefícios documentados e publicados nos mais respeitados veículos de comunicação do meio científico.

A proposta do mindfulness é ancorar a mente no momento presente sem qualquer intenção de mudar o que é, ou o que está acontecendo. No começo é algo que parece impossível para todos que estejam acostumados a viver a vida no piloto automático, permitindo que a mente repita ciclos de julgamentos e rumine antigos padrões de pensamentos e crenças, drenando a energia e a vontade.

Parece ser uma luta injusta tentarmos, através do consciente, dominarmos o inconsciente, que é substancialmente maior e mais poderoso. Com a prática, porém, vemos que não só é possível como também necessário aprender a lidar com as forças da nossa mente.

Durante toda a nossa vida somos transmissores e receptores de informação, nossa mente está sempre absorvendo e catalogando tudo o que é captado por nossos sentidos e através da forma como são catalogadas essas experiências formamos nosso sistema de crenças, que pode ser muito favorável ao nosso desenvolvimento ou extremamente autosabotador. Ignorar esse processo pode ser fatal, pois um sistema de crenças falho e uma mente consciente que vive no piloto automático se assemelharão a um barco sem leme em um mar revolto, ou a uma folha ao vento, ambos conduzidos pela vontade dos fatores externos e sem nenhum controle.

Se não aprendermos a assumir a parte que nos cabe no processo de condução de nós mesmos, seremos verdadeiros joguetes nas mãos de forças estranhas. É nesse ponto que entra o mindfulness.

O mindfulness é uma prática que nos leva ao reencontro conosco, com a nossa essência que pode e deve estar no controle de si mesma, não no controle ilusório que as ruminações mentais tentam criar, mas no controle das nossas emoções e sentimentos, que paradoxalmente pode ser simplesmente não tentar mudar aquilo que está acontecendo no momento. A aceitação daquilo que é e a presença no único momento que existe, que é o agora, é uma poderosa ferramenta de transformação.

No século XXI a prática do mindfulness tornou-se uma necessidade para quem deseja ser mais saudável mental e fisicamente em um mundo onde o estresse tem sido tão devastador. Ter uma mente plena e emoções equilibradas é um tesouro precioso que muitas pessoas ainda não são capazes de reconhecer, perdidas na correria do frenético mundo moderno. O mindfulness veio para ficar, como uma incrível ferramenta para prevenir o estresse ou amenizar seus efeitos, contribuindo significamente para a melhoria da qualidade de vida das pessoas.

Denis Carvalho

É orador, Terapeuta Holístico, escritor e pós-graduando em Inteligências Múltiplas e Mindfulness. É entusiasta há mais de quinze anos do estudo de religiões e espiritualidade, do contato entre o humano e o divino e da busca por autoconhecimento.

2 Comentários

  1. Artigo extremamente relevante, com a correria da vida vamos terceirizado tudo.
    Precisamos olhar para a essência, desacelerar para fazer escolhas com sabedoria.

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