Opiniões

Transtornos alimentares, eu?

Os transtornos alimentares são mudanças e distúrbios no comportamento alimentar que podem afetar a saúde física e mental, provocando desde o emagrecimento extremo ou obesidade, podendo levar o paciente à ansiedade e à depressão.

Estudiosos acreditam que a causa dos transtornos alimentares seja uma combinação entre fatores genéticos, biológicos, psicológicos e sociais. Há evidências que sugerem que fatores psicossociais desempenham um importante papel nos transtornos alimentares, como, por exemplo, a influência da “cultura do corpo” e da pressão para a magreza que as mulheres sofrem nas sociedades ocidentais (especialmente as adolescentes), que afeta o estado emocional e pode desencadear esses distúrbios.

Os TAs geralmente apresentam os primeiros sintomas na infância, com alterações da relação da criança com a alimentação. Estas modificações parecem não estar associadas a uma preocupação excessiva com o peso e/ou a forma corporal. Ocorre a síndrome de pica, também conhecida como picamalácia, que é uma situação caracterizada pela ingestão persistente de substâncias não nutritivas, inadequadas para o desenvolvimento infantil e que não fazem parte de uma prática aceita culturalmente, como comer terra, barro, cabelo, alimentos crus; e o transtorno de ruminação ou “remastigação” repetidos, que não podem ser explicados por nenhuma condição médica, mas que podem afetar o desenvolvimento infantil. Daí, várias complicações clínicas podem ocorrer, principalmente relacionadas com o sistema digestivo e com intoxicações ocasionais, dependendo do agente ingerido.

As principais complicações médicas na infância podem ser desnutrição, perda de peso, alterações do equilíbrio hidroeletrolítico, desidratação e mesmo morte.

Na adolescência, os alertas são mais severos, pois já aparecem em forma dos transtornos, quais a anorexia e a bulimia nervosa.

A anorexia ocorre predominantemente em mulheres jovens. O início é marcado por uma restrição dietética progressiva, com a eliminação de alimentos considerados “engordantes”, tais como os carboidratos. Posteriormente, apresenta-se certa insatisfação com o seu corpo, sentindo-se obesa. Manifesta-se, também, a alteração da imagem corporal.

A característica essencial na anorexia é o medo de engordar, levando as pacientes a viver exclusivamente em função da dieta, da comida, do peso e da forma corporal, restringindo seu campo de interesses e levando ao gradativo isolamento social. O curso da doença é caracterizado por uma perda de peso progressiva e continuada. O padrão alimentar vai se tornando cada vez mais secreto, para evitar levantar suspeitas e acolhimentos. Muitas vezes, assume características ritualizadas e bizarras. Portanto, é importante estar alerta aos sinais: ingestão exagerada de alimentos, idas ao banheiro após as refeições, comer rapidamente e em curtos intervalos, mesmo sem fome, e ter o sentimento de culpa ou angústia após comer.

Assim como a anorexia, a bulimia acontece com prevalência em mulheres ainda na juventude, caracterizando-se por compulsão em comer, seguido de métodos para evitar o ganho de peso, a exemplo de forçar vômitos, usar laxantes, praticar exercícios físicos em excesso, longos períodos de jejum; o que gera sentimentos como frustração, tristeza, ansiedade, tédio, solidão, além da sensação de total falta de controle sobre o seu próprio comportamento, comer e expurgar.

As cobranças ou pressões sociais, juntamente com baixa autoestima, podem tornar um indivíduo mais propenso a desenvolver transtornos alimentares.

Caso perceba que alguém próximo apresenta sinais de transtornos alimentares, o mais importante é não julgar ou criticar, e sim, acolher e procurar ajuda médica e psicológica, visto que o tratamento envolve o acompanhamento clínico das complicações e tratamento psicoterápico.

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