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Laura Cardoso diz ter saudade de atuar e relata dificuldade com confinamento

“Mulheres de Areia”, um dos grandes sucessos da teledramaturgia brasileira, acaba de entrar no catálogo do Globoplay, e Laura Cardoso, 93, não titubeia quando questionada se vai rever a trama. “Mas é lógico! Eu sempre gosto de ver os meus trabalhos para apontar defeitos e qualidades”, responde.

Na novela de 1993, Cardoso dá vida a Isaura, mãe das gêmeas Ruth e Raquel, vividas por Gloria Pires. Mulher sofrida, casada com o pescador Floriano (Sebastião Vasconcellos), ela não chega a ser uma vilã, mas chama a atenção por sempre defender e até ajudar a filha má em suas armações. A atriz explica: “Ela protegia, mostrava mais cuidado com Raquel, porque era quem estava precisando dos cuidados da mãe, da proteção da mãe. A outra era mais equilibrada, era mais certinha. Mãe sempre tem isso, protege realmente aquele que está mais necessitado, que precisa mais dela”, afirma.

A relação mais afetiva e respeitosa entre a gêmea malvada e a mãe foi uma das mudanças que Ivani Ribeiro (1922-1995) fez nesta segunda versão de “Mulheres de Areia”. Na primeira versão, também escrita pela autora nos anos 1970, Raquel maltratava Isaura. No remake, produzido 20 anos depois, ela a respeitava profundamente.

Para Laura Cardoso, a novela foi um grande sucesso por ter um enredo muito bom, que prendia as pessoas em frente à televisão. Na época, o folhetim registrou audiência média de 50 pontos em São Paulo, sendo que cada ponto no Ibope equivalia a 40 mil domicílios. “Eu tive um prazer enorme em fazer essa novela, eu sempre gosto de fazer meus trabalhos, mas ‘Mulheres de Areia’ realmente tinha algo que nos prendia mais”, comenta. A atriz também relatar ter “só lembranças boas” das gravações. “Lembro que havia uma camaradagem muito boa entre os colegas”.

A história começa quando Ruth, a gêmea boa, volta a morar com os pais e a irmã na fictícia Pontal D’Areia, cidade do litoral fluminense, depois de passar algum tempo dando aulas na escola primária de uma fazenda. O rico empresário Marcos, papel de Guilherme Fontes, se apaixona pela professora. Mas a ambiciosa Raquel, de olho no dinheiro do mocinho, resolve roubar o namorado da irmã. O embate entre as duas é o tema central da novela.

Marcos Frota, como Tonho da Lua, foi outro grande destaque de “Mulheres de Areia”, assim como Raul Cortez (1932-2006) como o vilão Virgílio, pai de Marcos, que faz de tudo para impedir o casamento do filho com Ruth. Malu, interpretada por Vivianne Pasmanter, a filha rebelde de Virgílio, e que não concorda com os desmandos do pai, também conquistou o público. “Mulheres de Areia” é ainda uma forma de matar a saudade de Nicette Bruno, atriz que morreu vítima de complicações Covid no fim do ano passado. No enredo, ela é a divertida e irreverente Juju Sampaio, que vive tentando imitar Clarita (Susana Vieira), mulher rica e elegante, casada com Virgílio, e mãe de Marcos e Malu.


SAUDADE DE ATUAR


O último trabalho de Laura Cardoso na TV foi em “A Dona do Pedaço” (Globo), em 2019, como Matilde. Considerada uma das maiores e mais atuantes atrizes da TV, ela diz querer voltar a atuar, assim que puder. “Se houver condições, se houver possibilidade, se tudo estiver bem, é claro que eu quero voltar a trabalhar.”

Cardoso já foi imunizada contra a Covid-19, no início de fevereiro. “Fiquei muito feliz de ser vacinada, por poder ficar em paz sabendo que estou imunizada. Espero que todos os brasileiros se vacinem”, afirmou. Ela completou que o seu maior desafio durante a pandemia tem sido a necessidade do confinamento. “Gosto de liberdade e, nessa época, a gente não está tento liberdade, né?! Estamos presos a uma porção de coisas”, lamentou.

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